A queixa de intestino preso na população idosa é muito frequente. O processo de envelhecimento, por si só, altera o funcionamento do intestino, principalmente em região do reto, diminuindo a sensação da necessidade de evacuar. Provocando, assim, acúmulo de fezes e/ou desenvolvimento de fecalomas.
Aliado a isso, muitos idosos tem a tendência de consumir alimentos processados (produtos in natura convertidos a industriais pela adição de cloreto de sódio, açúcares, conservantes e corantes com o objetivo de aumentar seu
prazo de validade) e ultraprocessados (produtos não encontrados na natureza e desenvolvidos industrialmente, como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes).
Consideramos que a pessoa tem o intestino preso ou quando as fezes estão muito endurecidas e com dificuldade para evacuar ou com a frequência de evacuação muito reduzida (menos de 3 vezes na semana). Para esses casos, sempre devemos avaliar se não há alguma doença ou medicações que interferem no funcionamento do intestino, para tentarmos atuar na causa primeiro.
Algumas das doenças que podem deixar seu intestino preso:
o Diabetes Mellitus
o Hipotireoidismo
o Doença Renal Crônica
o Doença de Parkinson
o AVC (Acidente Vascular Encefálico)
o Estenose anal, retal ou colônica
o Megacólon chagásico
o Dependência física total.
Medicamentos que prendem o intestino:
o Anti-inflamatórios não hormonais como Ibuprofeno e Naproxeno.
o Opióides como Codeína, Metadona, Morfina e Tramadol.
o Antiácidos como Carbonato de cálcio e hidróxio de alumínio.
o Anticonvulsivantes: Carbamazepina, Fenitoína, Fenobarbital.
o Amitriptilina e Nortriptilina.
o Haloperidol e risperidona.
o Antiparkinsonianos: Entacapona e levodopa.
Para tratar a constipação intestinal, precisamos mudar alguns hábitos de vida para ajudar no funcionamento do intestino:
Programar horário para evacuar (preferencialmente após alguma refeição);
Aumentar a ingestão de alimentos rico em fibras e ingerir mais quantidade de liquido (cerca de 2litros por dia).
Fazer caminhadas, pois aumenta o peristaltismo intestinal (ou seja, o movimento do intestino).
Se só a mudança dos hábitos de vida não for suficiente, pode ser que tenha que ser feito o uso de medicamentos para soltar o intestino. Porém, cada um desses medicamentos atua de formas diferentes e só um médico pode avaliar qual tipo de remédio é adequado para cada caso. É bom lembrar também que essas medicações não são isentas de efeitos colaterais, as mais comuns são distensão abdominal, cólicas, flatulência e náuseas. Abaixo cito alguns desses medicamentos:
Medicamentos que aceleram a defecação e formadores de massa:
o Metilcelulose: seu efeito começa de 12 a 72 horas após sua ingestão.
o Psyllium: seu efeito começa de 12 a 24 horas após sua ingestão.
Laxante osmótico (aumenta quantidade de água no intestino):
o Citrato de magnésio: seu efeito começa de 30min a 6 horas após sua ingestão.
o Lactulose: seu efeito começa de 24 a 48 horas após sua ingestão.
o Polietilenoglicol: seu efeito começa de 24 a 48 horas após sua ingestão.
Laxante estimulantes (irritam a parede intestinal, aumentando o peristaltismo):
o Bisacodil: seu efeito começa de 6 a 10 horas após sua ingestão.
o Senna alexandrina: seu efeito começa de 6 a 12 horas após sua ingestão.
Fonte: Tratado de Geriatria e Gerontologia 5ª edição. Diniz, LR. Geriatria. 1ªedição, 2019.
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